Publicado em 05/05/2025, por Amanda.
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O universo é um lugar cheio de mistérios, e entre os mais enigmáticos estão as chamadas estrelas de quark — objetos tão densos e exóticos que desafiam até a física moderna. Para entendê-las, precisamos primeiro conhecer o que são estrelas comuns e estrelas de nêutrons.
Estrelas comuns (como o Sol): São aquelas que produzem energia através da fusão nuclear, ou seja, elas fundem átomos de hidrogênio em hélio, liberando luz e calor.
Estrelas de nêutrons: São restos supercompactos que sobram quando uma estrela muito massiva explode como supernova.
As estrelas de quark são objetos ainda mais densos do que as estrelas de nêutrons. Elas são teóricas, entretanto, os cientistas acreditam que podem existir em casos extremos, quando a gravidade é tão forte que até os nêutrons se “quebram”. Esses nêutrons seriam esmagados até se dissolverem em partículas menores chamadas quarks.
(Os quarks são partículas fundamentais: os menores “tijolinhos” da matéria. Em uma estrela de quark, esses quarks estariam “livres” em um estado superdenso e exótico, formando o que os cientistas chamam de matéria estranha).
As estrelas de quark seriam formadas em condições ainda mais extremas do que as que criam as estrelas de nêutrons.
Quando uma estrela muito massiva chega ao fim de sua vida, ela explode como uma supernova. O que sobra pode se tornar uma estrela de nêutrons. Mas, se a massa do núcleo for ainda maior do que o limite suportado pelos nêutrons, a pressão da gravidade pode ser tão intensa que quebra os nêutrons em quarks.
Esse colapso criaria uma estrela de quark — um objeto ainda menor e mais denso, feito de matéria de quark livre. Em vez de prótons, nêutrons ou elétrons, o que restaria seria um “mar” de quarks flutuando sob gravidade extrema.
É como se o núcleo da estrela tivesse sido reduzido ao nível mais fundamental da matéria.
Essa transformação seria o estágio intermediário entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro.
Até hoje, nenhuma estrela de quark foi confirmada, mas existem pistas que deixam os cientistas intrigados.
Alguns objetos já observados parecem ser densos demais para serem estrelas de nêutrons, mas ainda não têm massa suficiente para se tornarem buracos negros. Esses casos suspeitos são considerados possíveis candidatos a estrelas de quark.
Um exemplo é o objeto PSR J0740+6620, um pulsar tão denso que pode ultrapassar o limite teórico de uma estrela de nêutrons — e por isso, levanta suspeitas.
A ciência ainda investiga se essas observações podem ser explicadas com as estrelas de nêutrons “convencionais”, ou se estamos mesmo diante de uma nova classe de estrelas. Por enquanto, as estrelas de quark permanecem no campo do possível, mas não comprovado.
Hoje, nós percebemos que o universo nos esconde segredos obscuros e ao mesmo tempo fascinantes, que nem a física mais avançada poderia prever. As estrelas de quark nos mostra que ainda temos muito a aprender sobre os limites do espaço, algo que pensamos saber muito... mas não conhecemos nada.